sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vi: As virgens suicidas

No último post, disse que qualquer dia ia falar do filme "As Virgens Suicidas". Oh! Decidi falar hoje mesmo...
A sinopse:

Durante a década de 70, o filme enfoca os Lisbon, uma família saudável e próspera que vive num bairro de classe média de Michigan. O sr. Lisbon (James Woods) um professor de matemática e sua esposa uma rigorosa religiosa, mãe de cinco atraentes adolescentes, que chamam a atenção dos rapazes da região. Porém, quando Cecília (Hanna R. Hall), de apenas 13 anos, comete suicídio, as relações familiares se decompõem rumo a um crescente isolamento e superproteção das demais filhas, que não podem mais ter qualquer tipo de interação social com rapazes. Mas a proibição apenas atiça ainda mais as garotas a arranjarem meios de burlar as rígidas regras de sua mãe.


Bem.
É uma sensação legal você ler um livro e depois ver o filme. Eu por exemplo, ganhei o livro em Setembro e vi o filme em Janeiro. E sempre tem uma expectativa em torno da fidelidade, até que ponto o filme respeitou o livro.


Pois é, posso dizer que essa adaptação ficou muito fiel. Óbvio que o livro é mais rico em detalhes e que sempre vai ter uma coisinha que foge, mas no geral é idêntico. Deu pra perceber o cuidado que a Sofia Copolla teve em mostrar a história, com a escolha das atrizes, das locações, dos figurinos.


A narração em primeira pessoa é mantida, e dá muito certo. Podemos acompanhar a história com quase a mesma precisão do livro, os momentos chave são bem retratados.
Percebemos nos cenários, por exemplo. A visão que o narrador tinha das irmãs, aquela coisa meio angelical é mostrada na iluminação crescente, do chão até o teto, passando pela grande escada circular que leva até o segundo andar onde fica o quarto delas, um território meio mítico pra ele e para seus amigos. A quase adoração que ele tem pelas Lisbon, que sentimos quando lemos o livro, é retratada sempre que as câmeras as mostram.



O elenco também é muito legal. Acho que ninguém seria uma Lux melhor que a Kisten Dust. Mesmo não sendo muito fã dela (como a Mary Jane me irritava...) ela passa a malicia e a inocência necessária na personagem. Fiquei até com pena dela, como quando li. Ela é só uma babaquinha de quatorze anos...



As outras irmãs também estão maravilhosas, inclusive a mais nova, a que começou tudo, Cecília. A cena do hospital é incrível. Ela está deitada na cama, depois de ter tentado suicídio pela primeira vez cortando os pulsos. O médico pergunta pra ela:

-O que é que você está fazendo aqui, meu bem? Você sequer tem idade pra saber como a vida fica ruim depois.

Então ela responde, com a mesma cara e atitude que imaginamos quando lemos a cena:

-Evidentemente, doutor, o senhor nunca foi uma garota de 13 anos.


Uau.



A trilha sonora é muito legal, feita pela dupla de música eletrônica Air. Dá o clima perfeito para a história. A fotografia meio gasta, os figurinos, enfim, tudo é muito bom.



Recomendo esse filme, e de preferência veja com mais gente, porque ele gera discussões que são interessantes, mesmo que elas terminem assim como no livro. Sem respostas.

Eis o trailer:






imagens:weheartit

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