sexta-feira, 8 de abril de 2011

Li: As Virgens suicidas

Olá!
Pois é, são poucas as pessoas que ouvem o nome desse livro e não fazem uma careta de "Hein?". Claro, o nome é meio impactante né, puxa, "As virgens suicidas" (The Virgin suicides). Eis a sinopse:

"No período de um ano, cinco irmãs se suicidam. Um grupo de meninos vizinhos, obcecados pelas mortes, chega à meia-idade com um acervo de evidências que vão de diários a roupas das garotas. Mas mesmo depois de vinte anos, esses homens ainda encontram dificuldades para entender aquelas almas femininas."





A primeira vez que eu ouvi falar de "As virgens suicidas" não se tratava do livro, mas do filme dirigido pela Sofia Copolla em 1999, com a Kirsten Dust no elenco, qualquer dia falo dele aqui. Obviamente, o título me chamou a atenção e comecei a pesquisar, então conheci o livro, e desde então tive vontade de comprar e ter pra mim. Não de ler na internet em pdf, afinal, ler no computador é uma droga e nada se compara a ter o livro em mãos. Pois bem, em 2009 encontrei ele (pela editora LePM POCKET) e ganhei de aniversário. Em menos de cinco dias já tinha lido e qual foi a sensação ao concluir?
Tristeza.
Não só pelo livro ter acabado. Eu sinto uma pontinha de tristeza quando termino um livro, pode parecer loucura, dane-se, adoro estar lendo sem saber o que vai vir a seguir quando eu virar a página. Mas dessa vez não era só isso, era um sentimento de vazio que eu nunca tive com livro nem um.

Claro. Trata-se de um suicídio coletivo.

Que óbvio. Era triste pra mim terminar o livro do mesmo modo que o narrador (que nunca fica claro quem é em especial, não sabemos seu nome, apenas que é um dos vizinhos das meninas): querendo respostas...Só querendo.
Mas então, resolvi ler de novo, e me peguei dessa vez apaixonada pela história. É incrível, o modo como Jeffrey Eugenides nos traduz cada sentimento, cada cena e personagem de um jeito irônico e ao mesmo tempo poético.
Usando a palavra "poético" pode parecer que se trata, sei lá de um romancezinho gótico, ainda mais com a temática, mas acredite, passa longe de ser. Não é meloso, nem pedante, nem qualquer outra coisa - que corro risco de ser chingada ao dizer, mas azar- característica a uma escrita feminina. Pode-se ver que foi um homem que escreveu, e ainda que apresente trechos muito líricos, comparações poéticas e tudo o mais , ele consegue manter um quê de sarcástico e de humor negro que eu não consigo explicar, só lendo pra entender. E tem ainda um tom de nostalgia.
Ele sabe descrever os cenários e situações de maneira a nos fazer enxergar, mas não se alonga demais tornando a leitura chata. Pelo contrário, nos faz voltar nas linhas pra poder "ver" a cena novamente. E, é fácil de ler, parece que estamos conversando com um amigo, ouvindo uma história sinistra e ao mesmo tempo curiosa.

Enfim, As Virgens Suicidas, basicamente é isso: um retrato de um acontecimento trágico. Algo que já passou mas que ainda sim nos prende pela curiosidade. Aquela curiosidade mórbida. Queremos saber o que está por trás do suicídio das irmãs Lisbon, se é algo complexo ou apenas uma tremenda burrada de cinco adolescentes idiotinhas. Mas queremos saber.





imagem:jornalgrandeBahia

Nenhum comentário:

Postar um comentário